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quinta-feira, 21 de outubro de 2010

A globalização invadiu a roça do bicho homem!



Caros blogueiros.


           Você deve com certeza já ter ouvido a famosa e reflexiva música: Luar do sertão de autoria de (Catulo da Paixão cearense e João Pernambuco), lançada em 1914 pelo cantor eduardo das neves acompanhado de coro, em gravação da odeon, é considerada um dos maiores clássicos da mpb, consagrada popularmente como um segundo hino nacional. foi regravada dezenas de vezes. A música é um poema da alma, pois expressa o olhar aguçado do homem do sertão sobre a calmaria e da beleza estonteante do luar. Pois bem, essa pode ser considerado uma manifestação rara ainda em nosso dias, pois mesmo não morando no sertão eu ainda tenho a oportunidade de apreciar a beleza de um céu estrelado e de um luar avassalador, só que quanto a calmaria das noites, isso já não é tão palpável como antigamente, tanto é que hoje a população está na marca dos 190 milhões de habitantes e enquanto naquela época só era apenas 31 milhões a diferença é muito distante e a dinâmica social não é a mesma, automóveis em constante velocidade, jovens em seus carros barulhentos e vizinhos preocupados com si e sua algazarra particular, enfim está é a realidade do interior e não mais somente da cidade grande, eu moro na cidade de Alexânia - Goiás, uma cidade que tem em torno de 30 mil habitantes, e sua localização é o que o IBGE já comprovou e afirmou, que seremos o futuro segundo maior centro populacional do Brasil, então se hoje o meu luar não é mais sossegado, imagina nos próximos 15 anos? O que mais me intriga é que nesta ultima noite, eu fui acordado as 01hs30min por um cavalo! você pode imaginar? um cavalo, é isso mesmo! o animal, desgarrado de seu pasto e sedento por uma capina suculenta e chamativa, porém o que este infeliz e maltratado animal encontrou para se alimentar, foi o meu lixo e juntamente com ele estava o seu companheiro cachorro, a cena foi meio confusa, irritante e cômica, pois antes de sair dos "braços" do meu aconchegante edredom eu imaginava tantas coisa e até gente pulando o muro eu pensei, pois o andado do cavalo era tão forte que até parecia uma precipitação de queda ou coisa do tipo, isso sem falar da sinfonia dos ladrados que tocava infinitivamente por longos e longos períodos, enquanto os estranho hospede se alimentava e era saudado pelos cachorros que vigiam a noite das cidade. Essa narrativa é um desabafo do quanto nosso precioso sono e descanso tem-se escapado e caído no ralo da globalização dos bichos que já chegou no interior. O sonho já não se completa e a noite não é a mesma, pois o medo de pessoas má e dos barulhos das tecnologias irritante tem contribuído para isso, e agora para completar, os animais parece que querem se vingar dos erros que cometemos com o uso errôneo da natureza e a destruição do seu lar. Agora fica ai um trecho do poema que já não é uma realidade e uma lembrança dos tempos bons que não voltam mais.



Não há, ó gente, oh não
Luar como este do sertão...
Não há, ó gente, oh não
Luar como este do sertão...





* Letra e Música: LUAR DO SERTÃO (Catulo da Paixão Cearense e João Pernambuco)


Por: Cristiano Castilho

Alexânia _ 21/10/2010